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Jornal "João Semana" na Assembleia da República [Lisboa, 21 de fevereiro de 2018]

A Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Despor­to da Assembleia da República, em conjunto com a Associação Portuguesa de Imprensa (API), organizou, na manhã de 21 de fevereiro, no Auditório António de Almeida Santos, a conferência parlamentar “A Imprensa Centenária na Assembleia da Repú­blica”. Da parte da tarde, foi inaugurada no piso zero do Palácio de São Bento a exposição “Publicações Centenárias Portugue­sas”, que está patente até ao próximo dia 16 de março, mostra onde figura o jornal "João Semana".

O Diretor do "João Semana" (à esquerda), com António Poças e Aníbal dos Santos Gomes,
na exposição inaugurada no Palácio de São Bento

O "João Semana" – periódico ovarense fundado em 1 de janeiro de 1914, pertencente à Associação de Imprensa e Inspiração Cristã – foi um dos 33 títulos homenagea­dos pela Assembleia da República. 
A representar a equipa do "João Semana" esteve o padre Ma­nuel Pires Bastos (diretor), o jor­nalista vareiro Fernando Manuel Oliveira Pinto (diretor-adjunto), e os colaboradores diácono António Carvalho Teixeira Poças e enfer­meiro Aníbal dos Santos Gomes.

Fernando Pinto (diretor-adjunto do "João Semana"), ladeado por António Poças e Aníbal Gomes, na escadaria da Assembleia da República (foto de Manuel Pires Bastos)

“A Imprensa Centenária na Assembleia da República”
A conferência parlamentar que decorreu no Auditório Antó­nio de Almeida Santos, iniciativa da responsabilidade da deputada Edite Estrela e de João Palmei­ro, presidente da Direção da API, teve como objetivo sublinhar a importância da imprensa portuguesa, neste caso particular o excelente trabalho desenvolvido pelos jornais centenários.


A candidatura destes pe­riódicos a Património Cultu­ral Imaterial, "que já conta com o apoio do Presidente da República", como lem­brou Edite Estrela na sessão de abertura, "não deixará de contar também com o apoio do Parlamento português", como foi confirmado pe­los representantes dos vá­rios Grupos Parlamentares que estiveram presentes na sessão de encerramento da conferência (Diana Ferreira, do PCP, Jorge Campos, do BE, Susa­na Lamas, do PSD, Carla Sousa, do PS, e Vânia Dias da Silva, do CDS-PP, na foto).


"A exposição e esta confe­rência inserem-se nas atividades do Ano Português de Imprensa [2017/2018], e o Ano Português da Imprensa insere-se no Ano Eu­ropeu do Património [2018]", lem­brou João Palmeiro (na foto, em baixo, à direita). Para o presidente da API, "o que se deverá traduzir no Património Cultural Imaterial é a confiança que os leitores ain­da sentem por estas publicações, numa época em que proliferam as fake news (notícias falsas)".

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Conferência Parlamentar | A imprensa centenária na Assembleia da República

Carlos Correia e Irene Tomé (docentes da Universidade Nova de Lisboa), António Valdemar (jornalista e investigador) e Artur Anselmo, presidente da Academia das Ciências, foram convidados a debater o tema "Publicações Cen­tenárias Portuguesas/Património Imaterial Cultural".
Carlos Correia falou "sobre a emergência dos chamados siste­mas digitais, da transição entre o analógico e o digital, o local e o global, a que apelidou de “glo­cal”). A sua colega Irene Tomé abordou "a emergência do as­sociativismo, os seus percursos, entrecruzando com os aspetos políticos e socioeconómicos, par­ticularizando o associativismo de Imprensa, que se espelhou na publicação de jornais, quer o país vivesse ou não em períodos so­ciopolíticos conturbados".
António Valdemar [na foto] deu a co­nhecer um pouco da história da imprensa centenária portuguesa e alguns dos seus rostos, e terminou a sua intervenção referindo que este evento "permitiu uma reflexão necessária em torno das questões essenciais relativas ao futuro da Comunicação Social e, ao mesmo tempo, uma tomada de consciên­cia e um alerta em relação às difi­culdades e incertezas com que se debate este setor, que requer solu­ções adequadas e urgentes".
Artur Anselmo, presidente da Academia das Ciências, partilhou alguns episódios sobre a colabo­ração de Camilo Castelo Branco como primeiro redator do jornal centenário mais antigo do conti­nente, "A Aurora do Lima” (1855).
Concluído o debate, Carlos Eugénio, diretor executivo da Vi­sapress, entidade que patrocinou a exposição dos jornais centená­rios, falou sobre a importância dos Direitos de Autor.

Exposição “Publicações Centenárias Portuguesas”
Após o almoço oferecido aos jornalistas, foi inaugurada nos corredores do Palácio de S. Bento a exposição “Publicações Cente­nárias Portuguesas”, evento que presta homenagem aos 33 títulos portugueses que se publicam há mais de um século sem interrup­ção, mostra que pode ser vista até ao dia 16 de março.


Para além do "João Semana", os jornais “Açoriano Oriental” (1835), "Diário de Notícias" (1864), "Jornal de Notícias" (1888) e "Correio da Feira" (1897) são alguns dos títulos que testemunham a história da sua região, de Portugal e do Mundo.
Edite Estrela (na foto) lembrou que os jornais centenários só se mantêm vivos porque se renovam, reinventam, para corresponderem às expetativas dos públicos.




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TEXTO: Fernando Manuel Oliveira Pinto
FONTE: jornal ovarense "João Semana" (edição de 01/03/2018)